quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Experiência e a atitude estética

O que define a experiência estética?

O que faz da experiência estética uma experiência diferente?


A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA É UMA EXPERIÊNCIA DESINTERESSADA
Isto é, não temos qualquer interesse prático, ela não é um meio para satisfazer uma necessidade mas vale por si.Ver um desafio de futebol também é uma experiência desinteressada e não é uma experiência estética:A experiência estética produz-se com objectos estéticos.Objectos estéticos são os objectos encarados na sua forma, harmonia,cor que afectam a nossa sensibilidade estética.Exemplo: Um concerto, Uma dança, uma peça, um filme, um pôr do sol.Objectos sobre os quais podemos emitir juízos estéticos como:“É Belo!”, “Emocionou-me!”, “ A 9ª sinfonia é uma obra-prima!”A experiência estética pode decorrer da contemplação ou da produção/criação de um objecto.1. O artista cria a obra e transfigura a realidade, tem portanto a experiência dessa transfiguração.2. O receptor, aquele que é surpreendido no seu quotidiano pela forma de determinado objecto que lhe provoca admiração e emoção.3. O crítico de arte que vai ao encontro do objecto artístico para o avaliar, segundo o seu gosto mas também segundo determinado conhecimento.
Duas teorias sobre o juìzo estético:
O objectivismo estético e o subjectivismo estético
Estas teorias pretendem responder à questão:Quando emitimos um juízo estético “É Belo” falamos de uma qualidade que está no objecto? ou Falamos de uma emoção ou sentimento que surge em nós pela presença do objecto?O Objectivismo atribui ao objecto uma determinada qualidade estética.O Subjectivismo atribui ao sujeito a capacidade de se deixar tocar de um determinado modo.
A teoria objectivista na estética:
TESE: Um objecto é belo em virtude das suas qualidades e não em virtude do que sentimos quando o observamos.Argumento: As propriedades da beleza existem mesmo no objecto e são independentes dos sujeitos que os observam. Quer o sujeito veja a beleza do objecto ou não esta não depende do seu juízo. A beleza está nas coisas e não nos olhos de quem vê.Se nem todos gostam do “David” de Miguel Ângelo, não é por não ser belo mas porque não conseguem descobrir na sua forma a beleza. O problema está então no sujeito que não reconhece a beleza que existe no objecto.Se há desacordo estético, isso não quer dizer que o gosto estético seja subjectivo mas apenas que os diferentes sujeitos não se apercebem, por dificuldades culturais, intelectuais ou sensíveis, das qualidades reais do objecto e por isso ajuízam erradamente.O juízo estético será semelhante a um juízo científico. Há juízos verdadeiros e falsos. Caso descrevam ou não as qualidades intrínsecas do objecto.
Para um objectivista:O Belo distingue-se por uma série de qualidades estéticas tais como:
a. A proporção das partes que compõem o todo
b. O Equilíbrio da forma
c. A unidade do todo e das partes
d. A Harmonia da figura
e. Perfeição
f. Diversidade (Exotismo?)
g. Há características específicas (dependendo das formas de arte) e características gerais: Unidade Complexidade e Intensidade.
Intuicionista: (outra forma de objectivismo)As propriedades do Belo não são empíricas por isso não podem ser apercebidas pelos sentidos (Platão)O Belo é não se pode definir, tão pouco se pode descrever.Sabemos que é Belo por uma intuição.O dom natural para ter a percepção do Belo, só alguns a têm.

Subjectivismo estético:
Tese: Dizemos que um objecto é belo em virtude do que sentimos quando o observamos.A beleza não existe, é o nome que se dá às coisas que nos produzem agrado.Assim, o belo depende do nosso gosto, depende do modo como a nossa sensibilidade se deixa afectar pelos objectos. Assim o mesmo objecto afecta duas pessoas de diferentes modos porque elas têm diferentes sensibilidades.É Belo, porque gosto, porque me causa prazer ouvir ou contemplar um determinado objecto, daí que esse objecto, porque me agrada, seja considerado um objecto estético.Apesar de diferentes gostos é possível haver um padrão de gosto, esses padrões resumem-se a certos valores culturais assumidos por todos.Isso permite ultrapassar o cepticismo de que gostos não se discutem.O gosto também pode ser treinado e educado, pela experiência e pela discussão.Comparar e conhecer várias obras diferentes permite educar a sensibilidade.Preconceitos e modas também influenciam os juízos de gosto.Podemos justificar racionalmente os nossos juízos estéticos.

Um comentário:

André Frazão disse...

Qual é a diferença entre atitude estética e experiência estética? Não fiquei esclarecido...